terça-feira, 28 de outubro de 2025
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7 linhas da Umbanda e o poder dos Orixás explicados

César Walsh
César Walsh EM 28 DE OUTUBRO DE 2025, ÀS 04:40

A Umbanda e Suas Sete Linhas A Umbanda é uma religião rica em diversidade e espiritualidade, representando a união de...

7 linhas da Umbanda e o poder dos Orixás explicados
7 linhas da Umbanda e o poder dos Orixás explicados

A Umbanda e Suas Sete Linhas

A Umbanda é uma religião rica em diversidade e espiritualidade, representando a união de várias culturas. Surgiu oficialmente em 1908, através do médium Zélio Fernandino de Moraes e do espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas. Essa energia espiritual é uma mistura das tradições africanas, sabedoria indígena e influências do catolicismo e do espiritismo kardecista.

Um dos pilares da Umbanda são as sete linhas, que são forças divinas organizadoras do universo espiritual. Essas linhas possibilitam a manifestação da energia dos Orixás na Terra, através dos médiuns e guias espirituais.

Cada linha representa um Orixá regente, funcionando como um rio energético que se desdobra em diversas falanges e entidades. Essas linhas atuam em conjunto, guiando os praticantes em busca de cura, proteção e evolução espiritual.

É bom ressaltar que as sete linhas da Umbanda podem variar conforme a casa espiritual. Cada terreiro pode ter sua forma única de organizar e nomear essas linhas, de acordo com as tradições locais e a manifestação dos guias.

O que este artigo aborda:

O que são as sete linhas da Umbanda?

As sete linhas representam diferentes aspectos do Criador na Umbanda, sendo chamadas de Tronos. Cada linha aborda pilares fundamentais, como amor, fé, lei, sabedoria, justiça, evolução e geração. Orixás e várias entidades como caboclos, pretos-velhos, crianças e outros guiam essas forças.

As linhas são grandes campos de energia, enquanto as falanges são grupos menores que compartilham a mesma vibração e propósito. Um mesmo Orixá pode se manifestar de várias formas, adaptando-se às necessidades de cada tipo de trabalho espiritual.

As 7 linhas da Umbanda e seus Orixás

As sete linhas funcionam como correntes de luz, mantendo o equilíbrio entre o espiritual e o material. Cada linha expressa uma qualidade divina e atua em áreas específicas da vida: amor, fé, sabedoria, justiça, força, pureza e transformação.

Essas linhas são regidas pelos Orixás, que se manifestam através de diversas entidades que trazem o amor e a presença divina ao nosso mundo.

Entender as linhas é entender como a Umbanda organiza o universo espiritual e como cada vibração pode guiá-los em momentos distintos da vida.

1. Linha da Fé – Oxalá

Cor: branco e prateado
Principais entidades: caboclos de Oxalá, monges e santos católicos.

A Linha da Fé é a mais elevada entre as sete. Regida por Oxalá, simboliza luz divina, pureza e a força criadora. Sincretizando com Jesus Cristo, representação máxima do amor e da paz, ela atua na religiosidade e na conexão entre o ser humano e o Criador.

Quando alguém busca a energia de Oxalá, encontra serenidade, perdão e esperança para novos começos. Essa linha sustenta todas as outras, sendo a fonte de energia vital que move a Umbanda.

2. Linha da Água – Iemanjá e Oxum

Cor: azul-claro (Iemanjá) e dourado (Oxum)
Principais entidades: caboclas do mar, sereias.

A Linha da Água é dominada por Iemanjá, Rainha do Mar, que trabalha em nossos sentimentos e emoções. Oxum, deusa das águas doces, complementa essa linha com suas energias de beleza, fertilidade e prosperidade. É uma linha que acolhe famílias e promove amor próprio.

Os cânticos dessa linha normalmente invocam tanto Iemanjá quanto Oxum, simbolizando a união e complementaridade de suas forças.

3. Linha da Justiça – Xangô

Cor: marrom e vermelho-terra
Principais entidades: caboclos pedreiros, espíritos de juízes.

A Linha da Justiça é regida por Xangô, Orixá da sabedoria. Correspondendo a São Jerônimo e São Miguel Arcanjo, essa linha é invocada em momentos de disputas e para trazer equilíbrio. Ela nos ensina sobre as consequências de nossas ações e a importância da justiça divina.

Essa linha não busca punir, mas sim educar, mostrando que as aprendizagens vêm através das nossas escolhas.

4. Linha da Força e das Demandas – Ogum

Cor: vermelho e azul-escuro
Principais entidades: boiadeiros, militares.

Ogum é o guerreiro das estradas e é o regente dessa linha. Ele simboliza coragem, superação e proteção, abrindo caminhos e afastando energias negativas que atrapalham nossa evolução. A energia dessa linha nos motiva a agir com disciplina e fé.

Essa vibração é crucial para quem busca perseverança em seus objetivos, fazendo com que não desistamos diante das dificuldades.

5. Linha do Conhecimento – Oxóssi

Cor: verde
Principais entidades: caboclos e caboclas das matas.

A Linha de Oxóssi busca a sabedoria e o aprendizado. Ligada à força das florestas e ao poder das plantas medicinais, seus guias ensinam sobre a importância de equilibrar o corpo, a mente e o espírito. Essa linha também é associada à prosperidade e indica que aprender é fundamental para conquistar liberdade.

6. Linha da Infância – Ibeji (Crianças)

Cor: rosa, azul-claro e branco
Principais entidades: Cosme e Damião.

A Linha das Crianças é ligada à alegria e leveza espiritual. Ibeji lidera essa linha, simbolizando inocência e amor puro. Os erês, espíritos infantis, nos ensinam que simplicidade e alegria são caminhos diretos para Deus.

Em rituais, essa linha traz risadas e brincadeiras, destacando que a fé também envolve diversão e confiança.

7. Linha das Almas – Pretos-Velhos

Cor: roxo, preto e lilás
Principais entidades: Vovó Cambinda, Pai Benedito.

A Linha das Almas é uma das mais respeitadas na Umbanda. Regida por Omulu, ela se concentra na cura e na humildade. Os pretos-velhos são espíritos de pessoas que enfrentaram muitas dificuldades, mas que agora dedicam suas energias ao amor, paciência e aprendizado.

Esses guias atuam como elo entre os vivos e ancestrais, ajudando a transformar a dor em sabedoria.

As falanges da Umbanda

Cada linha se divide em várias falanges, grupos de entidades com funções específicas. Na linha de Oxóssi, há falanges como as dos Caboclos das Matas e dos Caçadores. Já na linha de Ogum, atuam os Boiadeiros e os Marinheiros.

Essas variações demonstram a riqueza e diversidade da Umbanda, que não se limita a um único entendimento, mas sim apresenta múltiplos caminhos para alcançar a caridade e o amor divino.

Como se conectar com as sete linhas

Você pode sentir a energia das sete linhas mesmo sem ser médium. A conexão pode ser feita através da oração, da caridade e da auto-observação.

Cada linha traz lições espirituais valiosas:

  • Oxalá: serenidade e fé
  • Iemanjá e Oxum: amor próprio
  • Xangô: discernimento
  • Ogum: coragem
  • Oxóssi: aprendizado
  • Ibeji: alegria
  • Pretos-Velhos: humildade

A Umbanda ensina que todos estão conectados a essas forças. Quando equilibramos nossos pensamentos e ações com essas energias, caminhamos de forma mais leve e cheia de propósito.

Ao honrar as sete linhas, honramos também o mistério divino que existe em cada um de nós. Que sua jornada seja iluminada por essas energias sagradas e que a fé seja sempre a ponte entre você e o sagrado.

César Walsh
César Walsh

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