Este guia explica, de forma direta, como são medidas as dimensões do planeta e por que esses números importam para...

Este guia explica, de forma direta, como são medidas as dimensões do planeta e por que esses números importam para ciência e tecnologia.
Apresentamos os valores oficiais: diâmetro equatorial 12.756,28 km e polar 12.713,5 km, com circunferência no equador de 40.075 km e nos meridianos 40.003 km — uma diferença de 72 km. A área total chega a 510,3 milhões km².
Também resumimos tempo de rotação sideral (23h 56min 4s), ano orbital (365d 5h 48min 45,97s), velocidade orbital média 29,79 km/s e o fato de haver 1 satélite natural, a Lua.
Esses números, consolidados pela UAI/UGGI e compilados por Paulo Araújo Duarte, mostram por que o corpo não é uma esfera perfeita e como o diâmetro afeta cálculos de circunferência e modelos do sistema solar.
No texto a seguir, você verá como essas medidas influenciam fusos, mapeamento, GNSS e a compreensão da superfície em aplicações cotidianas.
O que este artigo aborda:
- Terra no Sistema Solar: posição, tipo de planeta e por que isso importa para o “tamanho”
- Planeta Azul e comparação básica
- Distância ao Sol e efeitos de longo prazo
- Qual o tamanho da Terra?
- Geoide, equador saliente e polos achatados: a forma real da Terra
- Por que não é uma esfera perfeita: rotação, marés e gravidade
- Como medimos o tamanho da Terra hoje: do GPS ao radar
- GNSS, elipsoide WGS-84 e posicionamento
- Radar de Abertura Sintética e mapeamento
- Gravimetria, GRACE e variações de massa
- Sismologia e estrutura interna
- Camadas e sistemas da Terra: dimensões internas que sustentam o “tamanho”
- Crosta, manto e núcleo: espessuras e características
- Litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera: alcance e impacto
- Movimentos da Terra e sua influência em medidas e referências
- Rotação e revolução: períodos, velocidades e inclinação
- Precessão, nutação e excentricidade: ajustes de longo prazo
- Outros movimentos orbitais e galácticos
- Alturas, profundidades e superfície: variações no relevo e na gravidade
- Everest, Mauna Kea e Fossa das Marianas
- Distribuição de terras e oceanos
- Temperaturas extremas e anomalias gravitacionais
- Conclusão
- FAQ
- Qual é o raio e o diâmetro oficiais da Terra?
- Como a forma da Terra difere de uma esfera perfeita?
- Qual é a circunferência terrestre?
- Qual a massa, volume e área totais do planeta?
- O que a densidade média indica sobre o interior?
- Como determinamos medidas como raio e diâmetro hoje?
- O que são GNSS e WGS-84?
- Como a sismologia ajuda a medir o interior?
- Quais são as camadas e suas espessuras médias?
- Como os movimentos da Terra influenciam medidas geodésicas?
- Quais extremos de altitude e profundidade existem e como são medidos?
- Qual é a distribuição entre terra e oceano?
- Como temperatura e distância ao Sol afetam a presença de água líquida?
- O que são anomalias gravitacionais e onde aparecem?
- Como as medições mudam ao longo de milhões e bilhões de anos?
- Quais tecnologias modernas mapeiam a circunferência e relevo?
- Como se relacionam área, volume e massa com a densidade média?
- O que é o núcleo e qual sua importância?
- Quais sistemas superficiais e suas proporções de alcance?
- Como a inclinação do eixo afeta clima e medições?
Terra no Sistema Solar: posição, tipo de planeta e por que isso importa para o “tamanho”
A posição no sistema solar explica muito sobre por que nosso planeta tem as dimensões atuais.
A Terra é o terceiro planeta a partir do Sol e o maior e mais denso entre os telúricos. Sua distância média ao Sol é de 1 UA, cerca de 150 milhões de km, valor que mantém uma temperatura média global próxima de 14 °C.
Como planeta telúrico, é rochosa e compacta. Essa composição afeta o raio, a circunferência e a gravidade, que moldam forma e dinâmica interna.
Planeta Azul e comparação básica
Cerca de 70,69% da superfície é coberta por água (360,63 milhões km²), enquanto as terras emersas somam 149,67 milhões km².
- Entre Vênus e Marte, a posição orbital favorece água líquida e clima estável.
- Comparada a Mercúrio, Vênus e Marte, tem maior massa, raio e atmosfera protetora.
- O único satélite natural, a Lua, ajuda a estabilizar o eixo e as marés.
Distância ao Sol e efeitos de longo prazo
A órbita quase circular e a inclinação do eixo definem estações e ciclos hidrológicos. Pequenas variações de distância ou excentricidade podem alterar o clima ao longo de milhões e bilhões de anos.
Qual o tamanho da Terra?
Apresentam-se agora os parâmetros físicos — raio, circunferência e massa — aceitos pela comunidade científica. Esses números servem como referência única para geodésia, cartografia e navegação.
O diâmetro equatorial é 12.756,28 km, enquanto o diâmetro polar é 12.713,5 km (UAI/UGGI, 1976). Essa diferença indica um leve achatamento nos polos e um abaulamento no equador.
- Circunferência no equador: 40.075 km; meridiana: 40.003 km — diferença de 72 km.
- Área total: 510,3 milhões km²; útil para estimativas de cobertura e modelos ambientais.
- Massa: 5,972×10²⁴ kg e volume: 1,08321×10¹² km³; combinados com densidade média de 5,52 g/cm³.
- A densidade média sugere um núcleo rico em ferro e níquel rumo ao centro, o que explica propriedades sísmicas e magnéticas.
Esses valores padronizados alinham medidas de superfície, altitudes e distâncias. Eles também permitem comparar o planeta com outros corpos rochosos ao longo dos anos e garantir compatibilidade entre mapas, GNSS e engenharia.
Geoide, equador saliente e polos achatados: a forma real da Terra
A descrição verdadeira do globo vai além do diâmetro e explica variações locais de gravidade. O corpo aproxima-se de um geoide, com saliência no equador e achatamento nos polos. Isso altera a superfície de referência usada em mapas e medições.
Por que não é uma esfera perfeita: rotação, marés e gravidade
A rotação empurra massa para o equador, criando um leve abaulamento. Por isso a circunferência equatorial (40.075 km) é maior que a meridiana (40.003 km).
Forças de maré, vindas da Lua e do Sol, afetam também a litosfera. Essas forças produzem variações elásticas na superfície sólida, mesmo que os efeitos no mar sejam mais visíveis.
- A heterogeneidade do campo gravitacional cria ondulações no geoide.
- Satélites e modelos gravimétricos detectam variações de dezenas de metros.
- Correções baseadas no geoide são essenciais para GNSS, nivelamento e projetos de engenharia.
- Monitoramento do geoide ajuda a rastrear fusão de gelo e redistribuição de água.
Entender essa forma permite conectar medições locais com referências globais. Assim, mapas, altitudes e previsões de marés ficam mais precisas para usos civis e científicos.
Como medimos o tamanho da Terra hoje: do GPS ao radar
Instrumentos em órbita e estações no solo trabalham juntos para calcular raio, circunferência e massa. Esses métodos se complementam e geram resultados replicáveis para pesquisadores e serviços públicos.
GNSS, elipsoide WGS-84 e posicionamento
GNSS e GPS usam o elipsoide de referência WGS-84 para posicionamento global. Redes de estações e constelações em órbita permitem estimar raio e diâmetro com alta precisão.
Radar de Abertura Sintética e mapeamento
Sistemas SAR medem distâncias por pulso radar, calibrando modelos topográficos e a circunferência no equador. Esses dados ajudam a corrigir desvios locais e a desenhar limites costeiros.
Gravimetria, GRACE e variações de massa
- Missões GRACE/GRACE-FO detectam mudanças no campo gravitacional e na massa por redistribuição de água e gelo.
- Essas observações ancoram o valor da massa: 5,972×10²⁴ kg.
- Modelos incluem elementos leves no núcleo para ajustar densidade e explicar variações observadas.
Sismologia e estrutura interna
Ondas P e S definem limites entre crosta, manto e núcleo, revelando densidade do interior e a composição do núcleo (~80% ferro, ~5% níquel + elementos leves).
Combinando dados de satélites, radar, gravidade e sismologia, o sistema de medição moderno fornece um retrato coerente do planeta terra que serve à navegação, à ciência e ao planejamento.
Camadas e sistemas da Terra: dimensões internas que sustentam o “tamanho”
As divisões internas do planeta explicam por que medidas como massa, raio e geoide variam localmente.
Crosta, manto e núcleo: espessuras e características
A crosta varia muito: cerca de 5–10 km sob os oceanos e 25–90 km nos continentes.
O manto tem ~2.900 km e é rico em silício, ferro e magnésio. Temperaturas sobem de ~870 °C até mais de 2.200 °C próximo ao núcleo.
O núcleo é feito principalmente de ferro e níquel, com núcleo interno sólido por pressão e núcleo externo líquido. As estimativas de temperatura vão de ~2.200–5.000 °C até cerca de 6.000 °C no centro.
Litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera: alcance e impacto
A litosfera é a camada sólida superficial que sustenta relevo e placas tectônicas.
A hidrosfera cobre ~70,69% da superfície e armazena ~1,59 bilhões km³ de água. Isso altera distribuição de massa e medidas gravimétricas.
A atmosfera é dominada por N2 (78,084%) e oxigênio (20,946%), e sua extensão chega à exosfera (500–800 metros de altitude nesta definição, frequentemente medida em km para camadas superiores).
- A organização das camadas, do exterior ao centro, cria gradientes de pressão e temperatura.
- Variações na área ocupada por água e gelo mudam leituras de gravidade e referência altimétrica.
- Elementos presentes no interior influenciam condutividade térmica e resposta sísmica.
Movimentos da Terra e sua influência em medidas e referências
Os movimentos do planeta afetam diretamente como definimos coordenadas, tempo e referências de altura.
Rotação e revolução: períodos, velocidades e inclinação
A rotação tem período sideral de 23h 56min 4s. No equador a velocidade chega a ~1.670 km/h.
A revolução ao redor do Sol dura 365d 5h 48min 45,97s, com velocidade média de 29,79 km/s. Esses períodos exigem correções em relógios e calendários.
A inclinação do eixo é ~23°27′. Essa inclinação provoca estações e influencia leituras astronômicas usadas em GNSS e mapeamento.
Precessão, nutação e excentricidade: ajustes de longo prazo
A precessão altera a orientação do eixo em cerca de 26 mil anos. A nutação adiciona oscilações de ~18,6 anos.
Excentricidade e deslocamento do periélio ocorrem em ciclos de milhares a dezenas de milhares de anos. Essas variações mudam a radiação recebida e afetam modelos climáticos históricos.
Outros movimentos orbitais e galácticos
- Oscilação de Chandler (~433 dias) afeta pólos e redes geodésicas.
- Marés introduzem deslocamentos de curto prazo em estações de referência.
- Translação galáctica e rotação da Via-Láctea (~250 milhões anos) colocam o sistema de referência em contexto de longo prazo.
Em resumo, cada componente do movimento impõe ajustes para que coordenadas, alturas e distâncias permaneçam consistentes ao longo de eras e anos.
Alturas, profundidades e superfície: variações no relevo e na gravidade
A combinação de altimetria, GNSS e batimetria entrega medidas precisas em metros para picos e abismos. Equipamentos a laser e satélites convertem leituras em alturas ortométricas relativas ao geoide.
Everest, Mauna Kea e Fossa das Marianas
O Monte Everest tem entre 8.848 e 8.850 metros acima do nível do mar. Mauna Kea atinge ~10.105 metros se contado desde o assoalho oceânico, embora seu cume fique 4.207 metros acima do mar.
A Fossa das Marianas (Challenger Deep) chega a cerca de −11.000 metros. Esses extremos mostram como a referência ao nível do mar muda a percepção de “maior”.
Distribuição de terras e oceanos
A superfície inclui 149,67 milhões km² de terra (29,31%) e 360,63 milhões km² de água (70,69%).
- Pacífico: 179,25 milhões km² (49,7% dos oceanos).
- Atlântico: 106,46 milhões km² (29,5%).
- Índico: 74,92 milhões km² (20,8%).
Temperaturas extremas e anomalias gravitacionais
Temperaturas registradas variam muito: Vostok teve −89,2 °C e El Azizia marcou 58 °C. Essas diferenças afetam sensores e materiais usados em medições.
A Baía de Hudson apresenta anomalia de gravidade menor que a média, influenciando leituras locais e exigindo correções em modelos geodésicos.
Conclusão
Para resumir, reunimos os parâmetros oficiais e o contexto que explicam como medimos o planeta terra. Diâmetros, circunferências, área, massa e densidade formam a base para mapas, navegação e projetos de engenharia.
O lugar no sistema solar e a história de formação — com cerca de 4,5–4,56 bilhões de anos — explicam a estrutura em camadas, o eixo inclinado e a presença de um satélite natural, a Lua. Movimentos que vão do dia às escalas de milhões e bilhões de anos exigem modelos dinâmicos e atualizados.
Em síntese, conhecer o tamanho terra é entender a forma e a dinâmica que sustentam medições precisas. A continuidade de observações por GNSS, radar, gravimetria e sismologia mantém essas referências úteis para ciência, meio ambiente e navegação com precisão centrada no centro de massa.
FAQ
Qual é o raio e o diâmetro oficiais da Terra?
O raio equatorial é de aproximadamente 6.378,14 km e o diâmetro equatorial 12.756,28 km; o raio polar é cerca de 6.356,75 km com diâmetro polar 12.713,5 km, valores adotados por organismos como a IAU e o WGS-84.
Como a forma da Terra difere de uma esfera perfeita?
A Terra é um geoide: o equador é saliente e os polos achatados devido à rotação, além de efeitos de marés e variações gravitacionais que alteram a superfície de nível do mar.
Qual é a circunferência terrestre?
A circunferência equatorial é cerca de 40.075 km e a meridiana (circunferência polar) cerca de 40.003 km, medidas que variam conforme o elipsoide de referência.
Qual a massa, volume e área totais do planeta?
A área é aproximadamente 510,3 milhões km², o volume 1,08321×10¹² km³ e a massa 5,972×10²⁴ kg, estimativas usadas em geofísica e modelos climáticos.
O que a densidade média indica sobre o interior?
A densidade média de ~5,52 g/cm³ revela um interior diferenciado: núcleo metálico denso, manto rochoso com densidade intermediária e crosta mais leve, inferida por sismologia e gravimetria.
Como determinamos medidas como raio e diâmetro hoje?
Usamos GNSS/GPS e o elipsoide WGS-84 para referência; radar de abertura sintética e altimetria para mapeamento; e técnicas como gravimetria (GRACE/GRACE-FO) e sismologia para massa e estrutura interna.
O que são GNSS e WGS-84?
GNSS engloba sistemas de navegação por satélite como GPS (EUA), GLONASS (Rússia), Galileo (UE) e BeiDou (China). WGS-84 é o elipsoide geodésico global usado como referência para coordenadas e alturas.
Como a sismologia ajuda a medir o interior?
Ondas sísmicas geradas por terremotos atravessam o planeta; suas velocidades e trajetórias revelam densidade, camadas (crosta, manto, núcleo externo e núcleo interno) e limites como a descontinuidade de Mohorovičić.
Quais são as camadas e suas espessuras médias?
Crosta continental média ~35 km (pode chegar a 70 km), crosta oceânica ~7–10 km, manto superior e inferior somam cerca de 2.900 km, e o núcleo tem raio total ~3.485 km (núcleo externo líquido e interno sólido).
Como os movimentos da Terra influenciam medidas geodésicas?
Rotação e revolução determinam forças centrífugas que alteram o geoide; precessão, nutação e excentricidade orbital exigem correções em longos períodos; movimentos relativos e marés afetam alturas e gravidade local.
Quais extremos de altitude e profundidade existem e como são medidos?
O ponto mais alto relativo ao nível do mar é o Everest; a Fossa das Marianas é o ponto mais profundo. Medem-se por altimetria a laser, radar, sondagens acústicas e GNSS, além de perfis batimétricos.
Qual é a distribuição entre terra e oceano?
As superfícies somam cerca de 29,31% de terra e 70,69% de água. Oceanos cobrem áreas específicas e influenciam massa aparente, circulação e clima.
Como temperatura e distância ao Sol afetam a presença de água líquida?
A distância média ao Sol (~149,6 milhões km) coloca o planeta na zona habitável, permitindo temperaturas que mantêm água líquida em grande parte da superfície, favorável ao desenvolvimento da biosfera.
O que são anomalias gravitacionais e onde aparecem?
São variações locais no campo gravitacional causadas por diferenças de densidade no subsolo. Exemplo: anomalias na Baía de Hudson e assinaturas detectadas por satélites como GRACE.
Como as medições mudam ao longo de milhões e bilhões de anos?
Em escalas geológicas, tectônica de placas, acreção, deriva continental e perda/ganho de massa (impactos, erosão) modificam superfície e distribuição de massa, mudando parâmetros como momento de inércia e leve ajuste no geoide.
Quais tecnologias modernas mapeiam a circunferência e relevo?
Sensores SAR, LiDAR, altimetria por satélite, GNSS de alta precisão e modelos digitais de elevação integrados permitem mapear circunferência, relevo e variações com metros ou centímetros de precisão.
Como se relacionam área, volume e massa com a densidade média?
Área e volume definem tamanho externo; massa combinada com volume determina densidade média. Essa densidade, por sua vez, informa composição e estrutura interna, essencial para modelos geofísicos.
O que é o núcleo e qual sua importância?
O núcleo, composto majoritariamente de ferro e níquel, tem um núcleo externo líquido que gera o campo magnético pela convecção e um núcleo interno sólido. Isso protege a atmosfera e influencia a habitabilidade.
Quais sistemas superficiais e suas proporções de alcance?
Litosfera inclui crosta e parte superior do manto; hidrosfera engloba oceanos, rios e aquíferos; atmosfera varia por altitude; biosfera corresponde à vida que ocupa porções dessas camadas. Cada sistema interage e altera parâmetros físicos.
Como a inclinação do eixo afeta clima e medições?
A inclinação axial (~23,4°) cria estações e distribuições de insolação distintas, afetando ciclos térmicos e hidrológicos. Mudanças milenares na obliquidade influenciam padrões climáticos e prescrevem ajustes em modelos de longo prazo.